A Escola Olaria Beiramar de São José

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Título: A Escola Olaria Beiramar de São José e a trajetória dos seus Mestres José Geraldo Germano e Newton Souza

Autoras: Giana Schmitt de Souza e Jane Maria de Souza Philippi

Editora: Dois Por Quatro

Ano: 2022

ISBN: 978-65-88812-27-3

Número de páginas: 124

 

APRESENTAÇÃO

Os mestres oleiros e figureiros José Geraldo Germano e Newton Souza, que passamos a chamar mestre Geraldo e mestre Newton, são detentores dos saberes e fazeres da olaria tradicional de São José de base luso-açoriana e de influência dos povos originários.
A importância social e cultural é observada pelos profundos vínculos com São José, a cultura de nossa cidade, e transmitida aos alunos em sua Escola Olaria Beiramar de São José, que é mantida pela Associação de Alunos, Professores e Amigos da Olaria Beiramar de São José (AAPAOBEM).
A escritora Jane Maria de Souza Philippi nasceu na praça de São José e frequentava com seus pais, quando criança, algumas olarias da Ponta de Baixo. Era lá que sua mãe comprava, todo final de ano, os utensílios da cozinha: o alguidar para lavar a louça, as cumbucas e mata-fomes para o preparo dos alimentos, a bilha (moringa) de guardar a água sempre fresquinha, o boião de coar o café, a caçarola do arroz e uma panela maior para o feijão. Até os vasos de furos das orquídeas e os vasos menores para as violetas eram comprados nas olarias.
Comprar louças de barro nas olarias de mãos dadas com a nossa mãe, faz muito tempo, uns sessenta e tantos anos. Mas, quem esquece as boas lembranças da infância? Até porque no Natal era o presente mais esperado: as “loicinhas” novas para brincar no fogãozinho de barro. Mamãe dava um pouquinho de arroz e de feijão para a gente fingir que cozinhava nas panelinhas, um pouquinho de água era usado no boiãozinho e outro pouquinho de capim picado era colocado na pequenina frigideira. Isso tudo ia para cima do fogãozinho com gravetos na porta para imitar a lenha no fogo. Assim a gente brincava de casinha.
O tempo passou, chegaram as bonecas e as bolas de plástico, e os utensílios de alumínio para a cozinha. O plástico e o alumínio dominaram. Olarias e oleiros diminuíram sensivelmente sua produção devido à redução da demanda. Porém, os oleiros resistem. E como o mundo dá voltas, hoje procuram-se peças utilitárias de cerâmica para uso nas cozinhas, onde se quer alimentos cozidos o mais natural e saudável possíveis. A cerâmica figurativa é procurada para a decoração de casa, assim como as imagens sacras e as que expressam o nosso rico folclore, de modo a levar para as residências um objeto representativo do vínculo afetivo que temos com o barro.
Diante do convite aceito com alegria e responsabilidade para a pesquisa do livro, as escritoras entenderam conveniente aprofundar o conhecimento no tema, e como dito por Tolstói (1828-1910): “Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”; ingressaram como alunas na Escola Olaria Beiramar de São José. Mestre Geraldo e mestre Newton receberam as escritoras com um sarau.
O projeto deste livro foi contemplado no Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura - Patrimônio e Paisagem Cultural 2020, da Fundação Catarinense de Cultura. Com o livro finalizado e face ao encantamento pela arte-ofício da olaria, a escritora Giana tornou-se oleira, e Jane, ceramista, com exposições realizadas em conjunto com os mestres.
A Escola Olaria Beiramar de São José e a trajetória dos seus mestres José Geraldo Germano e Newton Souza é um livro construído em nove capítulos. O primeiro conta sobre o início da atividade cerâmica no mundo e na América, e o segundo capítulo conta sobre a cerâmica no Brasil, onde muita coisa ainda está por se descobrir e a cerâmica sempre está presente nos achados arqueológicos, revelando os costumes das civilizações. 
O terceiro capítulo faz um breve histórico sobre a atividade cerâmica em São José, com a chegada da técnica trazida pela colonização açoriano-madeirense; o quarto capítulo descreve as técnicas da produção cerâmica aprendidas na Escola Olaria Beiramar de São José. O quinto capítulo conta a trajetória do mestre Geraldo e de toda a sua vida dedicada à atividade oleira e pedagógica, como ele mesmo cita: “A cerâmica está impregnada em mim. Não consigo separá-la da minha vida. Ela é minha vida”. Com um acabamento impecável, Geraldo é detentor de uma maestria técnica que poucos alcançam – um apanhador de poesia moldando o barro.
O sexto capítulo conta a trajetória do mestre Newton, sinônimo de dedicação e entusiasmo, tem sua vida devotada à atividade oleira e à esmaltação. “A cerâmica é a minha vida, eu trabalho 24 horas por dia com cerâmica. Eu respiro cerâmica”. Deixa seu coração em tudo o que toca e faz, exímio oleiro, figureiro e na esmaltação. A relação do mestre com seus alunos é sempre de muita paciência, incentivo e estímulo.
O sétimo capítulo conta a criação da Escola Olaria Beiramar de São José e sua institucionalização através da Associação de Amigos, Professores e Alunos da Escola Olaria Beiramar de São José - AAPAOBEM, entidade de formação de novos oleiros, ceramistas e alunos interessados na perpetuação do saber-fazer tradicional.
O oitavo capítulo trata do barro na arte popular de São José: as louças, os santos, o folclore, as representações do pão por Deus, do casario histórico e das igrejas, o uso das louças com as comidas e bebidas tradicionais, e sobre as loicinhas.
O último capítulo aborda a preocupação com a formação de novos artesãos e mestres. Propõe soluções em uma perspectiva de produção de cerâmica para o uso doméstico, a gastronomia e o turismo, com o objetivo de valorizar o trabalho dos oleiros e das olarias.
Nos versos de Edward Carpenter, citados no livro O Caibalion, de Martins, 1908, a nossa saudação aos mestres: “Oh, não deixeis que se apague a chama! Mantida de século em século, nesta escura caverna, neste templo sagrado, sustentada por puros ministros do Amor... Não deixeis apagar esta divina chama!” 
Parabéns e vida longa aos mestres oleiros Geraldo e Newton, e à Associação que mantêm suas oficinas, pois é necessário energia criativa aliada à vontade de uma vida inteira para simplificar e dar sentido às peças, resultado último da experiência e da maestria. Boa leitura! 

As escritoras Giana Schmitt de Souza, oleira, e
Jane Maria de Souza Philippi, ceramista.
São José, 28 de março de 2022

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