PPR na prática: a arte de distribuir para crescer

PPR na prática: a arte de distribuir para crescer

No programa de participação nos resultados, os empregados têm um envolvimento maior no processo de produção, já que a expressão “resultados” está relacionada às metas da empresa. Dessa maneira, todos precisam ter como objetivo a diminuição nos custos, o aumento das vendas, uma maior produtividade e a redução da inadimplência, dentre outros fatores. Enquanto o lucro será apenas um número no fim do mês – número este que muitas empresas sequer divulgam –, os resultados são mais visíveis e palpáveis ao conjunto da organização, o que leva a um maior engajamento na consecução das metas estabelecidas e auxilia na conquista dos resultados. Na teoria, a participação nos resultados significa que, mesmo sem alcançar o lucro desejado, algumas metas da empresa podem ser atingidas, com impactos positivos para o empreendimento e, consequentemente, resultados para os profissionais. As metas são fixadas com o objetivo de provocar efeitos positivos na empresa. Na prática, quando estas forem atingidas, o lucro será um dos resultados alcançados.

Queríamos todos olhando a empresa com o “olho do dono”

Minha relação com o Programa de Participação nos Resultados (PPR) da Anjo começou no início dos anos 2000, quando ocialmente começou a minha vida profissional. Mas se engana quem pensa que esta ferramenta de gestão é algo recente em nossa empresa. O conceito de distribuição dos resultados já vem há muito tempo, nal dos anos 1980, e passou por muitas mudanças de lá para cá.
Inicialmente, nosso gargalo era a produção. Por conta disso, foram criados incentivos para as pessoas da fábrica. Como resultado, a produtividade aumentou e nossa produção foi regularizada. O gargalo, a partir de então, passou a ser a área de vendas. Aí, incentivamos a equipe comercial. Porém, chegou um momento em que o modelo, ecaz até aquele momento, já não dava mais conta de responder aos novos desaos da Anjo. Precisávamos criar algo que envolvesse todos os nossos prossionais e, ao invés de termos somente os líderes pensando em como melhorar a performance, teríamos todos enxergando a empresa com o chamado “olho do dono”.
E foi nessa época que aprimoramos o programa que mais tarde se tornaria uma de nossas principais ferramentas de gestão. Com o PPR da Anjo, obtivemos um avanço substancial nos resultados, tanto no curto prazo quanto a médio e longo prazos, sem que a empresa dependesse da genialidade de uma ou duas pessoas. (Filipe R. Colombo, presidente da Anjo Tintas)

BETO COLOMBO é administrador de empresas, com especialização pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), fundador e atual presidente do Conselho Consultivo da Anjo Química do Brasil, teólogo leigo, escritor, membro da Academia Criciumense de Letras. Filósofo Clínico, com especialização em Emmanuel Lévinas pela Universidade Hebraica de Jerusalém (Israel), sócio-fundador do Instituto de Filosoa Clínica do Sul de Santa Catarina, professor titular de Filosoa Clínica nas Organizações e coordenador do Curso de Pós-Graduação em Filosoa Clínica na Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). Publicou A alma da empresa: filosofia clínica nas organizações (2017); Compostela Passo a Passo (2015); O Velho Bah (2013); Muito Além do Lucro (2010); Compostela – Muito além do Caminho de Santiago (2008), em coautoria com Mhanoel Mendes;  e Despertando a Excelência (2006).

Título: PPR na prática: a arte de distribuir para crescer
Autor: Beto Colombo
Editora: Ediunesc e Dois Por Quatro
Ano: 2018
Formato: 16 x 23 cm
Número de páginas: 112
ISBN 978-85-69609-20-9